Romanos 15 –
Prioridade: O Reino de Deus
Mensagens em
Romanos – Igreja Batista Central de Cascavel (10/05/2015 – Domingo/Noite)
Romanos 15.23-33
Introdução
Graça e paz Irmãos, antes de tudo, eu gostaria de
expressar a profunda admiração que sinto pelo Apóstolo Paulo, a meu ver, depois
de Jesus, Paulo é a personagem mais fascinante da Bíblia. Paulo Respirava o
Evangelho, vivia Missões e sua mente estava tão somente voltada para Reino de
Deus. Sua missão era, pregar Jesus Cristo e o que ELE fez em sua vida. Pensando
e meditando em Romanos 15, veio em minha mente a seguinte questão:
·
Qual deve ser a prioridade em nossas
vidas?
Muitas vezes esta pergunta pode ter uma resposta simples:
“Família e Emprego”. Alguém poderia acrescentar “igreja”, mas basicamente as
pessoas poderiam pensar em coisas que ainda precisam ser resolvidas para que a
próxima etapa da vida aconteça. Pensamos com frequência: “Assim que terminarmos
isto que estou fazendo agora, vou poder me dedicar a fazer outras coisas”,
contudo geralmente a fazer coisas que gostamos.
Mas a grande pergunta que devemos nos fazer é, e Deus? E
as coisas de Deus? Onde se encaixam em nossas vidas? E a cooperação com o Reino
de Deus? Em nossos corações estamos deixando espaço para o Reino de Deus? Ou
queremos apenas realizar as nossas próprias vontades?
Para o apóstolo Paulo, o Reino de Deus era prioridade,
escreveu ele aos Corintos: “16 ...
quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a
necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho!... Por isso,
23 Faço todas as coisas por causa do evangelho, para ser
co-participante dele” (1 Co 9.16, 23).
Antes de estudarmos o texto, vamos ao contexto de Romanos 15. Podemos dizer
que este capítulo possui três assuntos mais importantes e por isso pode ser dividido
assim:
1. O Cristão precisa seguir o exemplo de abnegação de Cristo (vv. 1-13);
O forte cuida, suporta,
ajuda, coopera com o mais fraco na fé.
2. O apóstolo Paulo fala do seu ministério entre
os gentios (vv. 14-22);
A
importância de proclamar o Evangelho é vital para ele.
3. Paulo fala de seus planos futuros (vv.
23-33);
Visitar a Espanha (vv. 23-24a);
Visitar Roma (v. 24b);
Ir para Jerusalém levar
uma oferta aos necessitados (vv. 25-29);
Como foi dito, a prioridade de Paulo era o Evangelho,
anunciá-lo para todos quanto pudesse. Quando escreveu a carta aos Romanos,
Paulo estava perto do fim de sua terceira viagem missionária (por volta de 56 d.C),
quando se preparava para partir para a Palestina com uma oferta para os
cristãos pobres da igreja de Jerusalém (Rm 15.25).
Ele tinha o desejo de ir à Roma, mas no versículo 22, afirma que se sentiu impedido até
aquele momento de visita-los, por causa do seu ministério aos gentios. Não era
um empecilho físico que o impedia. Tendo o título de cidadão romano, ninguém
poderia impedi-lo de viajar a Roma. Mas o Espírito de Deus o levava para outras
direções. Era necessário que ele abrisse mão das suas vontades e anseios para
obedecer à ordem do Espírito e atender às prioridades de Deus.
Vamos analisar quais eram os planos de Paulo e que quais
lições podemos extrair deste texto:
I – OS PLANOS FUTUROS DO APÓSTOLO PAULO (vv.23-29)
Paulo era visionário, ele vivia um projeto e pensava
noutro. Tinha uma mente ativa e fértil. Era proativo e não perdia as
oportunidades. Era pioneiro, queria ir onde ninguém tinha ido com o Evangelho
(v.23). Por isso, fazia projetos para a vida, mas não pessoal, ministerial. Ele
queria ir para Roma e conhecer os irmãos de lá. Além disso ter um momento de
descanso e refrigério.
Na Grécia, tinha plantado igrejas e plantaria outras
ainda na Espanha e no caminho estava Roma. Roma era o centro do mundo na época,
ele não pretendia ficar lá, apenas passar por lá, e tinha em mente de que a
igreja o ajudaria em sua viagem para a Espanha (v.24b). Mas antes ele tinha
outra missão: Ir para Jerusalém levar pessoalmente uma oferta aos irmãos necessitados da igreja de lá.
Vv.25-26 diz: “25
Agora, porém, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. 26
Pois a Macedônia e a Acaia tiveram a alegria de contribuir para os
pobres dentre os santos de Jerusalém”.
Eis uma lição: Eles (Igrejas da Macedônia e Acaia) tiveram
a alegria de contribuir. Contribuir financeiramente é uma
grande alegria. Jesus mesmo disse que “melhor dar do que receber”. A
contribuição era uma orientação para as igrejas (1Co 16.1). Leiamos o
testemunho que Paulo relatou em 2
Coríntios 8.1-4:
“1
Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu
às igrejas da Macedônia. 2 No meio da mais severa tribulação, a
grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade.
3 Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do
que podiam. Por iniciativa própria 4 eles nos suplicaram
insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos”.
A Liberalidade é um dom. Pessoas que resolvem abençoar
outras. Muitas até mesmo se sacrificam em favor do necessitado. Penso que: “A generosidade
é uma virtude muito bela e admirável, que enobrece a pessoa e exalta a Deus.
Enquanto a mesquinhez é uma atitude desprezável, que gera muita tristeza e
empobrece a alma”.
Desde crianças aprendemos a dividir as coisas,
principalmente comida. Lembro de ir na casa de um parente e ai corria na
geladeira esconder o danone, escondia as bolachas e qualquer guloseima que
estivesse comendo. Não faça isso, é muito feio! Meu pai ficava super chateado.
Com Tiago aprendemos que: “Quem
sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17).
Em Gálatas Paulo diz: “E
não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não
desanimarmos” (Gálatas 6.9).
Continuando em Romanos 15...
No versículo 27 Paulo
usa uma expressão muito interessante, ele diz que: “Eles
tiveram prazer nisso, e de fato são devedores a eles”. E explica: “Pois
se os gentios participaram das bênçãos espirituais dos judeus, devem também
servir aos judeus com seus bens materiais”.
“são devedores”. A graça de Deus se manifesta a nós,
esta divida, flui de um coração agradecido pela salvação, pela vida eterna e
pelos benefícios da salvação. Você já parou para pensar quanto vale uma vida?
Quanto vale a sua vida? Pensei no filme: A
LISTA DE SHINDLER.
Conta a história de Oskar Schindler que gasta uma fortuna para ajudar a
libertar dos campos de concentração nazistas cerca 1.100 judeus em Auschiwitz durante a Segunda Guerra Mundial. No
final do filme, os judeus fizeram um anel e lhe entregaram por gratidão, e nele
estava escrito em hebraico uma citação do Tamuld[1]:
“Aquele
que salva uma vida, salva o mundo inteiro”. Mas aquele homem se desespera ao
perceber que poderia ter salvo ainda muitas outras vidas, se tivesse vendido
seu carro, um broche de ouro. E chorando disse: “eu poderia ter salvado mais
pessoas”. Um filme emocionante!!!
·
Quanto vale uma vida? Quanto vale a
sua vida? Se você pudesse, quanto você daria por uma vida que está se perdendo
por não conhecer a Cristo? Ou quanto você é capaz de doar em favor daqueles que
estão necessitados.
Somos devedores. Temos uma dívida de Gratidão para com o
Reino de Deus. Ao conhecermos a Cristo, passamos a ter um coração sensível e
voltado para o Evangelho. Então temos o privilégio e a alegria de cooperar com
o Reino de Deus com nossos bens, não somente com nossos dons e talentos, mas
com tudo que temos e somos. Deus é glorificado quando isso acontece!
II – AS SUPLICAS DO APÓSTOLO PAULO (vv.30-33)
Vimos que Paulo estava contando que a Igreja de Roma o
ajudaria em sua viagem à Espanha, para levar o evangelho. Isso deixa claro que
a Grande Comissão (Mc 16.15: “Ide por todo o
mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”)
é para toda a igreja e
não somente para os pregadores. Se você não pode ir ao campo levar a mensagem,
deve ajudar a quem está indo, para que tenha mantimento e provisão no dia a
dia. Afinal, como o próprio apóstolo Paulo disse: “Quem vai à guerra à sua própria custa?”. Leia
o Capítulo de 9 de 1Coríntios completo. Ali Paulo fala a respeito do sustento
do obreiro de Deus.
Nestes
versículos Paulo, faz três súplicas:
1º
Para que se unam com Ele em sua luta e Orem à favor dele
(v. 30);
2º
Para que ele seja protegido dos não-crentes de Jerusalém
(v. 31a);
3º
Para que ele seja aceito pelos crentes de Jerusalém (vv.
31b-33);
Eis aqui outra lição: A intercessão é como um combustível que
fortalece, anima e faz com que o missionário siga em frente na obra do Senhor. Além disso, sempre digo que a
intercessão é um privilégio. Antigamente somente os Sacerdotes e
Sumo-sacerdotes tinham esta possibilidade. Mas depois que o véu se rasgou,
temos acesso direto com o PAI, não apenas por nós, mas também para interceder
pelos outros. O texto diz:
V.30:
Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor
Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que
se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor.
Aqui aparece para nós a ideia de unidade, como um só
exercito prontos para a mesma batalha, lutando junto com Paulo, num posto
específico, na intercessão. Fico me perguntando porque será que gasto tão pouco
tempo com a intercessão? Quantos missionários espalhados pelo mundo inteiro não
estão precisando de nossas orações. Talvez a oração seja por intrepidez,
ousadia, por sabedoria, para não desanimar e seguir avante, talvez seja por
questões de saúde, ou até mesmo por sua família. Quanto tempo você gasta para
orar pelos missionários e missionárias?
V. 31a:
“Orem para que eu esteja livre dos
descrentes da Judéia...”
O contexto de missões não era apenas difícil, era
perigoso, como ainda é em alguns lugares. Muitos judeus na Judéia rejeitaram o
evangelho e estavam preparados para atacar quando Paulo retornasse. Ciente do
problema que o aguardava (Atos 20.22-24), ele queria que os cristãos de Roma
orassem pelo seu livramento, pois só assim poderia concluir o ministério dado a
ele pelo Senhor. As orações dele foram atendidas e ele foi bem recebido em
Jerusalém (Atos 21. 17,19-20) e livrando da morte, mas não da prisão
(Atos 21.10-11; 23.11).
O
outro pedido está nos vv.31b-32: “... e que o meu serviço em Jerusalém seja aceitável aos santos, 32
de forma que, pela vontade de Deus, eu os visite com alegria e juntamente com
vocês desfrute de um período de refrigério.
Paulo queria que os cristãos judeus em Jerusalém
recebessem a ajuda financeira dos gentios com amável gratidão, reconhecendo-a
como um geste de amor, bondade e generosidade por parte daqueles irmãos da
Macedônia e Acaia.
Paulo, por fim, encontrou a alegria e o descanso que
procurava em Roma, porém em uma prisão domiciliar, mas mesmo prisioneiro Paulo pregava o Reino de Deus com toda intrepidez,
sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo
(Atos 28.15-16, 30-31).
Paulo finaliza o capítulo assim, v. 33: “O Deus da paz seja com todos vocês. Amém”. Assim como é o Deus da Esperança
(v.13) que enche o coração de alegria, Deus também é a fonte da paz verdadeira.
Não como a paz do mundo. Mas uma paz real e eterna, este foi o desejo de Paulo.
·
Ore,
interceda pelos obreiros do Senhor, Sustente financeiramente a obra do Senhor!
CONCLUSÃO
Aprendemos que Paulo tinha como prioridade de vida o
Reino de Deus. A pregação do evangelho, a ajuda aos necessitados, estímulo às
boas obras, ao amor fraterno e à paixão aos que estão perdidos. Outra coisa que
valoriza era o sustento missionário e a intercessão, privilégio dos filhos de
Deus que possuem uma divida de gratidão.
Como Paulo, precisamos ter planos e projetos de vida. Nem
todos serão missionários, mas como filhos de Deus, de alguma maneira precisamos
priorizar o Reino de Deus. Podemos pensar de que forma a minha profissão pode
contribuir para com o Reino, como meus recursos financeiros podem ser utilizados
em pró do Reino, como minha família precisa ser ensinada para que desde
pequenos nossos filhos sintam o desejo de cooperar, com dons, talentos, e com
os recursos financeiros que Deus proverá.
Quero finalizar com as Palavras de Jesus, o desafio é
crer Nela e por em prática:
“Busquem,
pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas
lhes serão acrescentadas” (Mateus 6.33).
No amor de Cristo, Pr Paulo Berberth
[1]
O Talmud é uma compilação, que
data de 499 d.C., de leis e tradições judaicas, consistindo-se em 63 (sessenta
e três) tratados de assuntos legais, éticos e históricos.
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No Amor de Cristo,
Pr Paulo Berberth