JUDAS – O incrédulo que se tornou Servo – 02
Mensagem do dia 02/07/2014 (quarta-feira)
Igreja Batista Central em Toledo
A Epístola de Judas tem um tom forte
e exortativo. Foi escrita para alertar e advertir a igreja em relação à
apostasia, a imoralidade de incrédulos pervertidos e as heresias de homens que
estavam no seio da igreja. Este é o foco: falsos cristãos dentro da igreja. O
Apocalipse fala do inimigo externo e Judas fala do inimigo interno. Este é o
inimigo mais nocivo para a igreja. Cuidado com falsos mestres! Causam mais
males que os incrédulos. Eles estavam pondo em perigo a fé genuína e a sã
doutrina ensinada outrora.
Por
serem irmãos de Jesus, Judas e Tiago,
tiveram experiências parecidas. Cresceram vendo o irmão mais velho Jesus,
talvez se destacando em muitas coisas, a Bíblia diz que “Jesus crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria e a Graça
de Deus estava sobre ele... em estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc
2.40, 52). Jesus era de fato uma criança diferente, quando ele tinha doze anos
aconteceu algo bem curioso: Todos os anos seus pais iam para Jerusalém para a
festa da páscoa como era costume do povo. Terminando as festas, Jesus ficou em
Jerusalém e parece que se perdeu de seus pais, quando seus pais resolveram
procurar por Jesus entre os parentes e os conhecidos, e, não o tendo
encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o acharam no
templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E a
Bíblia diz que: “Todos os que o ouviam muito se admiravam da sua
inteligência e das suas respostas” (Lc 2.41-47).
Não
sabemos a idade dos irmãos de Jesus, e nem quais deles já haviam nascido, mas
com toda certeza Jesus desde criança já fora educado como uma criança especial.
Contudo, uma coisa me chama a atenção, é a maneira que ambos escreveram o
Prefácio de suas cartas, como foram suas apresentações.
& Tiago 1.1: “Tiago, Servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo,
às doze tribos da Dispersão, saudações”.
& Judas 1.1-2: “Judas,
servo de Jesus Cristo e irmão de
Tiago, aos que foram chamados, amados por Deus Pai e guardados por Jesus
Cristo: Misericórdia, paz e amor lhes sejam multiplicados”.
A princípio, Judas
havia rejeitado Jesus como Messias, João
7.2-5: Mas, ao se
aproximar a festa judaica dos tabernáculos, os irmãos de Jesus lhe disseram:
"Você deve sair daqui e ir para a Judéia, para que os seus discípulos
possam ver as obras que você faz. Ninguém que deseja ser reconhecido
publicamente age em segredo. Visto que você está fazendo estas coisas,
mostre-se ao mundo. Pois nem os seus irmãos criam nele" (Conf. também Mt
13.55-57; Mc 6.3-4). Mas após a ressurreição, Judas e seus irmãos passaram a
crer (Atos 1.14) e tornou-se um grande servo de Jesus. É assim
que ele se apresenta: “servo”.
Isto é outra
coisa que me chama a atenção, é que Judas não se vale do grau de parentesco,
alegando "mais importância" por
ser irmão do Senhor, pelo contrário, ele mesmo se intitula de “Servo”. Ele poderia ter dito: “Eu, Judas
sou irmão do Senhor Jesus, o Messias prometido, o cordeiro de Deus, e sou
também irmão de Tiago o líder e uma das colunas da Igreja em Jerusalém”. Mas
não, preferiu se colocar como servo. A palavra, “Servo” é doûlos significa “escravo” – Judas era humilde e
modesto, quase desconhecido, mas sério e íntegro, sua carta revelava isso.
Uma vida como
Servo do Senhor requer humildade, abnegação, significa estar livre das vaidades
e dos status que o mundo deseja proporcionar e nos seduzir. Ser servo não está
em moda hoje em dia. Nem fora e nem dentro da igreja. Valoriza-se mais o que a
pessoa tem e o cargo que ela ocupa do que o seu caráter. Há pessoas que se não
tiver cargo, não se sentem bem e não servem como quando possuem cargos. Isso é
um desvio, a pessoa pensa que está servindo, mas ela está querendo aparecer. Com
isso, lembrei-me de uma ocasião que está registrado em Lucas 22.24-26: "Surgiu também uma discussão
entre eles, acerca de qual deles era considerado o maior. Jesus lhes disse: Os
reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são
chamados benfeitores. Mas, vocês não serão assim. Pelo contrário, o maior entre
vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve".
Quer ser o maior
no Reino? Sirva o seu próximo. Sirva a igreja de Cristo. Como nos apresentamos
ao mundo? Somos servos de Cristo de verdade? Ou queremos receber holofotes e
aplausos das pessoas? Como demonstramos humildade e servidão?
CONCLUSÃO
INICIAL
Há quatro
desafios em Judas:
(1)
Manter-se
servo. Ele não é o irmão de Jesus, mas “servo” de Jesus. Não era “mano do
chefe”, mas servo, como os demais. Colocava-se em igualdade para com todos os
outros e não queria destaque por ser irmão do Senhor.
(2)
Sua preocupação
com a sã doutrina. Quem acha que doutrina não é importante precisa ler mais as
epístolas, todas escritas para doutrinar os crentes. Aprender é bom e estudar é
necessário. Não é crer festivamente sem ligar para nada. Precisamos estar bem
fundamentados na Palavra de Deus.
(3)
O desejo dele
para os crentes é de bem estar e preocupação com a vida deles. Tanto é que eles
são chamados: amados em Deus e guardados em Jesus Cristo (v.1). E ele lhes
deseja misericórdia, paz e o amor de Deus em suas vidas (v.2). Não eram
qualquer um, era um povo especial, por ser especial para Jesus, a igreja de
Jesus é especial.
(4)
O louvor a
Jesus Cristo (vv. 24-25). Assim ele termina sua carta. O nome a ser exaltado é
sempre o de Jesus. E lembremo-nos do título do estudo: “O incrédulo que se tornou servo”. Um homem fora dos holofotes, não
muito conhecido, mas sério e de caráter. Quanta gente amando os holofotes!
Judas nos ensina: ponha o foco em Jesus, somente ELE é digno de ser exaltado.
No amor de Cristo, Pr Paulo Berberth
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