A História de um ex-cego


A HISTÓRIA DE UM EX-CEGO
“Só sendo cego para ver”
Mensagem do dia 16/03/2014 (Domingo/Noite) 
Igreja Batista Central em Toledo
Texto: João 9.1-41

Introdução
Lemos no capitulo 9 do Evangelho de João uma bela história. A cura de um CEGO DE NASCENÇA. É uma das passagens mais fascinantes e intensas da Bíblia. Jesus cura um cego de nascença, em pleno sábado. Algo que só sendo “cego para ver”. Suas confissões acerca de Jesus foram marcantes. Palavras que testemunharam e testemunham o poder de Deus manifestado em sua vida. Leiamos João 9.24-25, 35-38:

24 Pela segunda vez, chamaram o homem que fora cego e lhe disseram: "Para a glória de Deus, diga a verdade. Sabemos que esse homem é pecador". 25 Ele respondeu: "Não sei se ele é pecador ou não. Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!".... 35 Jesus ouviu que o haviam expulsado, e, ao encontrá-lo, disse: "Você crê no Filho do homem?" 36 Perguntou o homem: "Quem é ele, Senhor, para que eu nele creia?" 37 Disse Jesus: "Você já o tem visto. É aquele que está falando com você". 38 Então o homem disse: "Senhor, eu creio". E o adorou”.

Vamos analisar esta fantástica história. A história de um ex-cego.

1. A SITUAÇÃO DO HOMEM (vv. 1-3).
Antes de tudo, seria importante pensarmos na seguinte pergunta: Será que somos capazes de compreender o sofrimento do outro? Será que vemos bem, enxergamos bem, percebemos e nos importamos com a dor e o sofrimento das pessoas?

No texto, lemos no versículo 1: “Ao passar, Jesus viu um cego de nascença”. Jesus viu. Nós vemos? Nós enxergamos de fato? Ou fingimos que vemos? Quem sabe, nós desviamos o olhar para não ver? Jesus viu. Mas os seus discípulos viram outra coisa. Qual é a causa do sofrimento? Esse é o cerne da questão levantada por eles no v.2: "Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego".

Os discípulos perguntavam sobre a causa do sofrimento. Mas não tinham uma palavra de amor e de esperança para aquele homem que sofria. Assim também hoje, muitos perguntam sobre a razão do sofrimento, querem especular, querem saber detalhes, todavia, nem sempre para ajudar de verdade. Querem saber as razões, mas não encontram esperança para a dor dos que sofrem.

Na época, acreditava-se equivocadamente que todo sofrimento era resultado de algum pecado pessoal, ou era resultado do pecado dos pais (maldição hereditária). Mas Jesus afirma que a razão da cegueira daquele homem não poderia ser procurada em alguma ação pecaminosa no passado. Não! “Aquele homem era cego de nascença para que as obras de Deus fossem manifestas” (v.3). Ou seja, aquele homem nasceu cego para que pudesse ser curado por Cristo, e dessa forma manifestar o poder de Deus não apenas na vida dele, mas de todos quantos vissem e ouvissem sobre o que Deus fez através da vida de Jesus.

Não existe maldição hereditária (Ez 18.4, 19-20). E podemos ter muitas respostas para as possíveis causas do sofrimento de uma pessoa, como por exemplo: Por causa de nós mesmos, quando tomamos uma decisão errada, ou cometemos algum pecado e até mesmo delito – isso nos traz consequências; Quando somos afetados por causa de atitudes de terceiros; Quando somos oprimidos, afligidos, minados, atacados, atormentados pelo inimigo; Ou até mesmo quando Deus nos prova por amor e para o nosso próprio bem; O sofrimento pode ser também por um problema de saúde, questão financeira e até mesmo algo da natureza, uma tempestade, ventania etc.

Por certo não podemos culpar Deus pela existência do sofrimento. O Pr Isaltino Gomes Coelho Filho, disse certa vez:

“O sofrimento é inevitável. Ele vem. Culpar Deus é a mesma coisa que culpar o arquiteto que construiu a casa onde moro, se minha vida familiar estiver ruim. O arquiteto fez a casa. Nós fazemos o lar. Deus fez o mundo e a Bíblia diz que o mundo é bom. Nós deveríamos fazer o lar. Trouxemos o pecado e suas sequelas, entre elas a morte para o bom lar de Deus. Mas evitemos as respostas teológicas. Elas servem para as mentes, mas nem sempre para o coração”.

  • Veja claramente a real situação de quem sofre e Entenda sua dor.
                                           
2. A ESPERANÇA PARA O HOMEM (vv. 4-12).
Veja claramente a real situação de quem sofre. Só que apenas ver também não adianta se não entendermos a situação e agirmos apresentando-lhe uma esperança real. Jesus o viu. ELE não apenas viu, agiu mudando a situação daquele homem que provavelmente não tinha esperança alguma, era desprezado e humilhado, simplesmente ignorado por todos.

A esperança é Jesus. Não há dúvida disso! Jesus usa um trocadilho interessante nos vv. 4-5:

 4 Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar.5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo".

Jesus ainda tinha muito que fazer. Se Jesus é a esperança, podemos dizer que em Jesus nenhum homem viverá na escuridão. Porque Ele é a luz do mundo. Ela dá visão aos cegos, e os que veem tornam-se cegos e não podem ver claramente quem é Jesus. Jesus curou a cegueira física do homem de uma maneira bem inusitada, vv. 6-7:

6 Tendo dito isso, ele cuspiu no chão, misturou terra com saliva e aplicou-a aos olhos do homem. 7 Então lhe disse: "Vá lavar-se no tanque de Siloé" (que significa Enviado). O homem foi, lavou-se e voltou vendo”.

Ao encontrar o Senhor, o cego foi transformado completamente. Ele não somente foi curado, mas deixou de ser mendigo (vv.8-9). Diziam... "Não é este o mesmo homem que costumava ficar sentado, mendigando?”. Esta é a restauração integral do Evangelho. “O Evangelho todo para o homem todo, para todo homem”. Jesus restaura o homem em sua inteireza.

  • Faça o que for possível para mudar a realidade daquele que esta sofrendo.

3. A INCREDULIDADE DOS FARISEUS (vv. 13-34).
O homem foi levado aos fariseus. Era Sábado. O engraçado é que após a cura do cego, o foco continua distorcido, outrora as questões eram sobre as razões do sofrimento, agora, o foco está em inúmeras discussões e questionamentos sobre a cura daquele homem.

Esse homem é aquele cego-mendigo? Quem o curou?  Por que curou? Como o curou? Pode um ‘pecador’ (alguém que não guarda o sábado) curar alguém? Todas essas perguntas foram cabalmente respondidas pelo ex-cego, ele disse: “Uma coisa sei: eu era cego, e agora estou enxergando!” (v.25).

A esperança não pode ser encontrada num costume dogmático. Aliás, o dogmatismo religioso é mais responsável pela morte do que pela vida, o dogmatismo aprisiona, o Evangelho de Cristo liberta e da esperança. E os fariseus achavam que Jesus era pecador, por que ‘trabalhou’ no sábado. Para eles, aquele cego não poderia ser curado, muito menos por Jesus. Mas, na verdade, aqueles religiosos estavam cegos, vv.39-41.

39 Disse Jesus: "Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos". 40 Alguns fariseus que estavam com ele ouviram-no dizer isso e perguntaram: "Acaso nós também somos cegos?" 41 Disse Jesus: "Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece".

Aqueles homens continuavam em sua incredulidade e não queriam crer em Jesus, não cria que Jesus era o Cristo, o Messias prometido. Por isso os cegos passavam a ver e os que viam tornavam-se cegos. Portanto, eles eram ainda culpados. Não somente eles, Jesus disse:

16 "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. 18 Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (Jo 3.16-18).

  • Há muitos cegos ainda que precisam ver, que precisam crer.

4. A VIDA NOVA EM CRISTO (vv. 35-41).
Jesus curou a cegueira física daquele homem, agora lhe faz um convite especial e o ex-cego se tornou discípulo de Jesus, curou a cegueira espiritual: vv. 35-38:

35 Jesus ouviu que o haviam expulsado, e, ao encontrá-lo, disse: "Você crê no Filho do homem?" 36 Perguntou o homem: "Quem é ele, Senhor, para que eu nele creia?" 37 Disse Jesus: "Você já o tem visto. É aquele que está falando com você". 38 Então o homem disse: "Senhor, eu creio". E o adorou.

O curioso que somente no v.35 o ex-cego viu Jesus pela primeira vez. Antes, aquele que o curou era “o homem chamado Jesus” (v.11). Agora, esse homem é reconhecidamente o “Senhor”. O ex-cego creu no Filho do Homem. Adorou-O (v.38). Jesus ficou sabendo que aquele homem havia sido expulso pelos judeus (v.35). Se anteriormente Cristo foi ao encontro dele para curá-lo, agora vai ao seu encontro para acolhê-lo. Antes Jesus foi ao encontro de um cego. Agora vai ao encontro de um abandonado.

Nesse cenário está o discurso de Jesus em João 10.1-16, onde Ele se refere ao “rebanho” como o BOM PASTOR. Certamente o ex-cego e ex-mendigo, e também abandonado pela religião judaica, a partir de agora faria parte do rebanho de Cristo. Jesus busca e salva as ovelhas que estão longe do seu aprisco. Ele vai atrás de suas ovelhas.

Em Cristo podemos ter uma vida nova. Aquele homem agora tinha uma nova vida e àqueles que encontraram a esperança, resta apenas uma alternativa: SEGUIR JESUS. Não se trata de seguir uma religião institucionalizada. Trata-se de seguir o Mestre do amor e seu exemplo de vida. Trata-se em viver em novidade de vida seguindo piamente os teus ensinos e preceitos. Pertencer ao rebanho de Cristo é seguir o Sumo Pastor, que é o próprio Cristo. É adorar a Jesus em nossa caminhada diária.

  • Viva a vida nova em Cristo seguindo os passos do Mestre.

CONCLUSÃO
A desesperança não pode dar a última palavra. A esperança é Jesus. Andamos com ele e Nele. Só Ele tem as PALAVRAS DE VIDA ETERNA. Vivemos num mundo cego. Existem dogmas religiosos que cegam ainda mais. Há ideologias que oprimem. Mas o Senhor Jesus pode concertar tudo! Esta é A HISTÓRIA DE UM EX-CEGO. Encontramos uma boa resposta na confissão do ex-cego. Podemos confessar:

“Uma coisa sei: eu era cego, e não sou mais; era mendigo, e não sou mais”.

“Só sendo cego para ver”


No amor de Cristo, Pr Paulo Berberth

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