Teu e Meu, Meu e Meu e Meu e Teu


Teu e Meu, Meu e Meu e Meu e Teu
"Se você nunca serviu dando de si mesmo, ainda você não serviu".
Mensagem do dia 09/06/2013 (Domingo/Noite) – Igreja Batista Central em Toledo
Texto: Lucas 10.25-37

INTRODUÇÃO
Servir, fazer o bem, doar, adotar, contribuir, cooperar, cuidar, dividir, amar, ser generoso. A prática destes gestos e atitudes é admirável. Valores que muitos de nós aprendemos desde nossa infância. Mas o contrário disso nós consideramos inaceitável como, o egoísmo, a ganância, o amor ao dinheiro, a falsidade, a indiferença, o ódio, a fofoca, o individualismo. No v.25 lemos que o ‘doutor da lei’ levantou-se para pôr Jesus à prova. Era um perito em religião. Sua pergunta para Jesus: Como obter a vida eterna? Jesus o leva para a área que ele mais conhecia, a lei (v.26). O doutor da lei então cita a shemá, tida pelos judeus como o ‘coração da lei’ judaica (v.27), (Deuteronômio 6.4-7).

Mas o curioso é que Jesus não responde a pergunta do doutor da lei, que indagou sobre como conseguir a salvação. Ao contrário, Jesus mostra como evidenciarmos que somos salvos. O doutor queria saber como conquistar a vida eterna. Jesus mostra como evidenciar a vida eterna na relação com o próximo. Por isso, disse: ‘faze isso e viverás’ (v.28). Ou seja, faça isso e mostrará que tem a vida eterna.

Então chegamos ao v.29. A pergunta sobre como obter a vida eterna (v.25) necessariamente leva à outra pergunta: Quem é o meu próximo? O doutor da lei quer saber quem exatamente ele deveria amar. Para responder essa pergunta, Jesus conta uma parábola conhecida como “o bom Samaritano”, e nos ensina boas lições. Uma delas é que existem vários tipos de pessoas, e cada pessoa pensa, sente, pensa, age de uma maneira, por isso que “Cada ponto de vista tem seu ponto de vista”. Temos nesta parábola os seguintes personagens, os Salteadores; o homem ferido, o Sacerdote, o Levita e o Samaritano. Pensando nisso, veremos TRÊS PERSPECTIVAS DE QUEM É ‘PRÓXIMO’.

1. A PERSPECTIVA DOS SALTEADORES: "O que é Teu é Meu".
Lucas 10.30: “E Jesus lhes respondeu: Um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu na mão de assaltantes, que o roubaram e, depois de espancá-lo, foram embora, deixando-o quase morto”.

Há um tipo de pessoa que pensa no próximo, ou melhor, pensa e deseja “o que é do próximo”, se interessa pelo o que é do outro. Um ditado popular diz: “a inveja mata”, Já ouviram isso? (Vamos ver um vídeo).

Este tipo de pessoa além da inveja desenvolve outros tipos de sentimentos como a ganância, o orgulho, o egoísmo, a deslealdade e a maldade. "O que é Teu é Meu". Essa pessoa fará o que for necessário para ter o que é do outro e se não puder ter, vai tentar prejudicar ao máximo, simplesmente porque não consegue admitir a felicidade do outro. Talvez até admitir o dom, a habilidade ou talento que o outro tem. Geralmente o orgulhoso para se defender, ataca e suas criticas e ações só vão refletir e evidenciar o que está em seu coração.

2. A PERSPECTIVA DO SACERDOTE E DO LEVITA: "O que é Meu é Meu".
Lucas 10.31-32: 31 Por acaso, um sacerdote descia pelo mesmo caminho; e, vendo-o, passou de longe. 32 De igual modo, também um levita chegou àquele lugar e, quando o viu, passou longe”.

O sacerdote e o levita. Desviaram-se da vítima. Preocupavam-se mais com uma coletânea de regras religiosas do que com o próximo. Homens ocupados, apressados, religiosos, importantes, respeitados pela comunidade judaica, mas homens sem coração, sem compaixão, sem misericórdia. Conforme a lei: Eles não podiam tocar em cadáveres (cf. Nm 19.13 / Lv 7.20), porque se tornariam impuros, não poderiam participar das ofertas nem comer dos sacrifícios, nem cantar e nem participar de nada dentro do templo.

Eles esqueceram que viver pelo reino de Deus é viver no amor de Deus e isso significa liberar amor inclusive àquele que estava caído no caminho. Para o sacerdote e para o levita, o próximo era alguém que estava perto, talvez seus conhecidos, seus colegas do templo, seus familiares, aquele estranho caído no caminho não era o próximo deles.

O principal problema dos dois religiosos não era a falta de compromisso, mas sim, o excesso de compromisso com a religião e não com Deus. Eles voltavam de seus compromissos religiosos de Jerusalém. Provavelmente tinham ido ao templo oferecer algum sacrifício. Nem podiam alegar que não tinham tempo, pois já tinham cumprido seus rituais. Mas esqueceram-se daquilo que Deus disse: “misericórdia quero, e não sacrifícios” (Os 6.6). Os religiosos estavam comprometidos com uma crença, não com o próximo, não com o Reino, não com Deus. Aí reside o problema. Na perspectiva deles, o compromisso com uma religião era mais importante do que o compromisso com o próximo.

Geralmente quando vemos alguém caído, pensamos o que? Algumas pessoas julgam assim: “... Se está ali, ah... alguma coisa ele fez, procurou, achou! Cada um tem o que merece!”. Será que as coisas são realmente dessa maneira? “Pensamos viver num mundo justo, onde as pessoas recebem o que merece e merecem o que recebe”. Porém o Mundo não é justo e este pensamento é errado, perverso, egocêntrico e maldoso. Mas o cristão não deve pensar assim dessa maneira.

O mundo espera do crente um comportamento diferente, sem ele querer, deve ser exemplo. E dos pastores e líderes então? A cobrança é sempre maior. Imagine qual é a imagem que a sociedade da época tinha dos Sacerdotes e Levitas? Mas eles jamais seriam exemplos e modelo para o povo e por isso a perspectiva do próximo para eles eram esta: "O que é Meu é Meu".

3. A PERSPECTIVA DO SAMARITANO: "O que é Meu é Teu".
Lucas 10.33-35: 33 Mas um samaritano, que ia de viagem, aproximou-se e, vendo-o, encheu-se de compaixão (compadeceu-se dele) 34 e chegou perto dele, enfaixou suas feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua própria montaria, levou-o para uma hospedaria, e cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou dois denários, entregou-os ao hospedeiro e disse: Cuida dele; quando voltar, te pagarei tudo o que gastares a mais”.

E o samaritano? Qual sua perspectiva do próximo? O Samaritano; era de um povo humilhado, desprezado, discriminado, talvez ele tivesse muitos “motivos” para sentir ódio daquele homem que provavelmente era judeu, pois vinha de Jerusalém (v.30). O samaritano estava em “viagem” (v.33). Não voltava de nenhum compromisso religioso. Mas, vendo o homem caído à beira do caminho, ao contrario do Sacerdote e do Levita, diz a Bíblia que ele...  “aproximou-se e, vendo-o, encheu-se de compaixão”. Fez muito mais do que isso, amou aquele homem ferido, cuidou dele. Interrompeu sua “viagem” para acudi-lo, gastou de seu tempo e dinheiro para socorrer aquele homem que estava como morto.

Eis uma lição preciosa: precisamos pregar “o evangelho todo para todo o homem e para o homem todo”. Não é só pregar todo o evangelho (o evangelho completo, em todos os seus aspectos). Não é só pregá-lo para todos os homens. É, também, pregá-lo para o homem todo. O evangelho não é só para a salvação da ‘alma’. O evangelho é salvação para o homem, em sua totalidade.

O samaritano levou o viajante desconhecido a uma hospedaria. Tinha outros compromissos. Por isso deixou ali dois denários (o pagamento de um dia de trabalho), para seguir sua viagem. Voltaria e pagaria mais, se precisasse. A questão não é anular nossos compromissos. Mas não podemos ir caminhando com nossos compromissos e esquecer-nos daqueles que agonizam no caminho.

Quem é o nosso próximo? Essa é a questão no v.29. Jesus mostra que o ‘próximo’ não se restringe a alguém que está perto. É, nessa parábola, alguém que precisa da nossa ajuda. É, inclusive, um desconhecido. Mas, no v.36, a questão quem é meu próximo? É definitivamente respondida. Nós é que somos o próximo! A questão não era “quem é meu próximo?”. Mas: “de quem sou próximo?”. Porque o próximo só vai ser próximo se nós nos aproximarmos. O samaritano se aproximou daquele que estava caído. Esse é o nosso desafio: tornar-nos próximos daqueles que estão longe. Precisamos ir perto dos que estão longe. "O que é Meu é Teu".

CONCLUSÃO
Certa vez, um professor universitário hindu na Índia, ao identificar que um de seus alunos era cristão, disse-lhe: “Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo”. Penso que a Índia já estaria aos seus pés de Jesus hoje mesmo se os cristãos vivessem como ELE viveu.

Natural do mundo islâmico, o Reverendo Iskandar Jadeed, árabe e ex-muçulmano, disse: “Se todos os cristãos fossem cristãos, isto é, semelhantes a Cristo, hoje o islã não existiria mais”.

O mal prospera quando os bons estão de braços cruzados. “Cristo morreu de braços abertos, será que podemos viver uma vida espiritual de braços cruzados?” (Keith Green).

F Ouvimos hoje o eco das palavras de Jesus: “vai e faze o mesmo” (v.37).

Que perspectiva você tem do próximo?
1. A PERSPECTIVA DOS SALTEADORES: "O que é Teu é Meu".
2. A PERSPECTIVA DO SACERDOTE E DO LEVITA: "O que é Meu é Meu".
3. A PERSPECTIVA DO SAMARITANO: "O que é Meu é Teu".

Quem foi o próximo do que caiu na mão dos salteadores? Quem é o nosso próximo? Não é somente alguém que conhecemos. É alguém que precisa de nós. Alguém que está longe, de quem precisamos nos aproximar. Seja o próximo de alguém, seja o próximo de todos os que estão a sua volta, seja próximo de quem está longe, aproxime-se dele.


No amor de Cristo, Pr Paulo Berberth

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Comentários

  1. Estava eu nesta noite a pensar em algum estudo bíblico e me lembrei do blog do querido pastor Paulo. Que bênção! Abração pastor.

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